A grama do vizinho está em compliance?

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O que nossos concorrentes podem nos ensinar sobre compliance?

Por Lourenço Tosetto

Já faz um tempo que quero escrever sobre compliance. Meu grande amigo Mateus de Souza já me influenciou para que eu começasse. Não é à toa que é um dos maiores influenciadores (no mundo – deixou de ser .br e agora é .com): ele conseguiu me influenciar a isso! Nada mais justo, dedico este primeiro artigo a ele.

Quem me conhece sabe que já fui uma pessoa extremamente dedicada à academia. Confesso que preciso voltar a praticar exercícios físicos, mas não me refiro a este tipo de academia, e sim à universidade. Antes deste artigo estudei e escrevi muito. Muita coisa escrevi sem pretensão; outras viraram publicações em livros e revistas técnicas.

A primeira coisa que descobri quando escrevia, e que vem ao caso, é que compliance, no inglês, é uma palavra feminina. Não pesquisei a respeito, meu forte não é a gramática, mas, essa foi a posição de três grandes revisores e editores brasileiros (se alguém possui um posicionamento diferente, aceito a discussão). Assim, vamos falar sobre a compliance.

Pretendo publicar algo todas as terças feiras.  O objetivo é sentar e escrever não mais que meia hora, e logo em seguida disponibilizar para a “rede”, sem revisão técnica e “sem frescura”. Vou abordar muitos temas, mas tentar focar na minha especialidade: compliance.  Falarei por exemplo, sobre tecnologia (indústria 4.0, internet das coisas, inteligência artificial), sobre regulação (leis, normas, direito), sobre pessoas e sobre a vida de um compliance officer, sobre a minha empresa e sobre o Brasil.

Sobre conhecimento, temos que esclarecer algo. Antes de ensinar qualquer pessoa sobre determinado tema, devemos incentivá-la a querer aprender. Ninguém tira proveito de uma tarefa com desânimo, ou com a percepção de que aquilo está além da sua capacidade.

Digo isso, pois quando comecei a trabalhar com compliance, não existiam cursos no Brasil sobre o tema, não existiam obras, as publicações inclusive em outros idiomas eram poucas. Muito do que sei, tive que construir, precisei ser autodidata e formador de conhecimento. Viajei bastante e investi muito em conhecimento. Aprendi bastante com multinacionais. Talvez por todos esses motivos tenho algumas percepções diferentes de outros profissionais do segmento que foram formados para exercer a atividade. E talvez por isso eu não seja o melhor profissional de compliance do mercado.

Mas você, profissional de compliance, já parou para pensar o quanto idolatra determinado concorrente e tem a sensação as vezes de que você não é capaz o suficiente para determinada atividade ou projeto? Ou percebeu o quanto você perde por não aprender com o trabalho do concorrente por achar que o seu é suficiente? E você organização, já parou para pensar se o seu programa de compliance é o suficiente e eficiente para o seu negócio, e o que você realmente está fazendo para crescer e entender sobre compliance? Já parou para aprender com os erros e os acertos dos seus concorrentes?

Todos conhecem a expressão “a grama do vizinho é mais verde”! O título deste artigo é estranho, porém quero trazer uma verdade para você (falaremos muitas verdades neste espaço): Compliance cresce igual grama – você precisa semear, adubar, regar, esperar se desenvolver, aparar… E me deixa contar outra verdade: talvez a grama do seu vizinho seja de plástico.

Não desmerecendo ninguém – muitos top minds da compliance ocupam o posto por merecimento e conhecimento – estamos vivendo um momento no Brasil, em que muita gente se intitula especialista em compliance e detentor de todos os conhecimentos necessários à função. É um mercado fácil para se ganhar dinheiro pela necessidade; e tecnicamente desconhecido para aqueles que contratam: seja pela falta de conhecimento e entendimento do que realmente tem que ser feito, seja pela falta de parâmetros de mercado para regular o perfil do profissional envolvido.

Trago uma outra verdade para incentivar os profissionais e as organizações sérias: talvez vocês detenham mais conhecimento e capacidade a respeito de compliance do que os seus concorrentes. Talvez o seu concorrente possua uma estrutura de fachada, com diretrizes prontas e não planejadas, simplesmente para cumprir regulamentações ou ser bem visto pelo seu público. Podem também possuir um programa de compliance desenvolvido com primor, mas deixado de lado pelo desinteresse no tema.

Porém, sempre, você deve parar e verificar o que o seu concorrente tem para te ensinar. Por mais que a sua estrutura e operacionalização de compliance seja de excelência, você precisa todos os dias estar atento às novidades do mercado, seja você uma empresa ou um profissional da área.

Veja um exemplo. A Conformità, empresa na qual sou diretor, e que um dia terei a oportunidade de falar sobre, possui uma área de tecnologia que desenvolve soluções para a recepção e gestão de denúncias. Se estamos há cinco anos desenvolvendo diariamente só um dos softwares, é porque o mercado tem a necessidade. Ou seja: “porque determinada empresa possui a necessidade e a minha não possui?” Pense nisso!

A compliance é fundamental em qualquer organização. Daqui pra frente, o tema estará enraizado em todas as áreas, segmentos, e estruturas, independente do tamanho. Não estar em compliance (ou possuir algo de fachada), custará muito caro para as organizações, pode apostar!

Nos últimos anos, prestei consultorias principalmente para instituições financeiras (em 2018 foram 51). Confesso que é a minha área de interesse, por ser a que detenho maior conhecimento. Para deixar claro, cada profissional de compliance possui conhecimentos em áreas específicas – e não existem clínicos gerais (outra verdade). Mesmo assim, procurarei aqui escrever de forma a agregar valor e conhecimento não só para o segmento financeiro, mas também para todos os outros segmentos em que já atuei, que pretendo atuar, ou que atuo mesmo que (in)diretamente acompanhando as atividades da Conformità.

Deixo um recado inicial neste projeto: comece cuidando da sua grama; não tenha medo de aprender; e não tenha medo de ser você!

E, como abri este artigo realizando uma dedicatória para alguém que tenho o maior apreço, aproveito para convidá-los a seguir o Matheus e aprender com ele. Grande abraço Matheus, e qualquer dia escrevo sobre você!

Segue o link do perfil do Matheus: https://www.linkedin.com/in/matheusdesouza/

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