Aconteceu em São Paulo, no dia 15 de Agosto, a maior Conferência de fintechs do Brasil. No evento estiveram presente desde grandes corporações, até startups desconhecidas no mercado. O objetivo do evento era justamente o de disseminar informações com relação à tecnologias para o mercado financeiro.
Apesar de existir algumas relações conflituosas entre BACEN, CVM e fintechs, pudemos perceber um clima de conciliação e interlocução entre as partes.
A CVM, conforme anunciado em primeira mão no nosso BLOG, apresentou no evento a sua normativa que regulamenta Crowdfunding de Investimento (informações no link). A nova regra permite a captação pública de até R$ 5 milhões por empreendedores, e tem o foco principalmente em resolver uma demanda das startups.
Ademais, o Banco Central do Brasil, por seu Diretor de Regulação, discorreu sobre as ações que estão sendo tomadas para facilitar a operação das fintechs, e o uso de tecnologias pelas instituições financeiras. A principal solicitação das fintechs, é com relação ao cadastramento de clientes, e guarda de documentos. O BACEN concordou que a suas normativas estão ultrapassadas e que em breve existirão atualizações. Porém, sobre aspectos relacionados à moedas digitais, não existiram manifestações.
Banco do Brasil, Bradesco e B3, o primeiro por seu diretor executivo de negócios digitais, e os demais representados pelos seus CEOs, apresentaram as iniciativas dos Bancos com relação às tendências digitais e valorização dos clientes. O BB apresentou sua plataforma de serviços digitais, completas e anunciou em primeira mão a parceria com o Software de Gestão Conta Azul.
Já o Bradesco realizou o lançamento do projeto de um prédio próximo à Av. Paulista com mil m², e que pretende até o final do ano iniciar operações e reunir start-ups e departamentos de inovação de grandes empresas. Com o foco em blockchain, big data, internet das coisas, APIs, mas principalmente Inteligência Artificial, o Bradesco objetiva fomentar soluções tecnológicas.
Reunindo fintechs, Banco Neon e Nubank apresentaram seus conceitos de negócios, e explicaram o porquê de clientes estarem fugindo de bancos e abrindo contas ou contratando soluções com empresas novas no mercado. Há de se observar, que a iniciativa de abertura dessas empresas, partiu justamente do descontentamento dos atuais executivos, com os bancos onde possuíam contas.
As soluções atualmente objetivam diminuir burocracia, aproximar clientes e principalmente não explorar o cliente com manutenções mensais ou juros altos.
Nas rodadas de segurança da informação, os painelistas concordaram que a principal força dos hackers reside na falta de comunicação entre as instituições invadidas. Muitas situações poderiam ser bloqueadas imediatamente, quando identificadas invasões e as respectivas falhas, e informadas as instituições concorrentes. Por vergonha de admitir invasões, a falta da troca de informações enseja na consecução de invasões pelos hackers que utilizam a mesma metodologia contra todos. Sugeriu-se, a criação de um repositório onde todas as informações relacionadas com invasões sejam conhecidas por todos imediatamente, e realizados em tempo os tratamentos necessários.
O evento contou também com muitos expositores. Diversos deles possuíam soluções inovadoras. Particularmente, as soluções de maquinas e plataformas para cartões foram as que mais se desenvolveram no último anos.
Um tendência que os bancos estão passando a utilizar, também foi conhecida. A utilização de informações de redes sociais para as avaliações de crédito. Alguns algoritmos potentes, conseguem identificar o grau de risco do cliente, simplesmente observando o seu comportamento na rede.
Algumas empresas com soluções de listas para avaliação de crédito, PLD/FT, PEP e fraudes também estavam presentes como expositores.
A feira ao contrário do que era esperado, contou com a participação de diversos diretores de grandes Instituições financeiras, inclusive de outros países.
Pudemos constatar, que as instituições financeiras estão partindo para um ambiente digital, e que as soluções tecnológicas se desenvolvem em tempo recorde. Da mesma forma, o compliance deve acompanhar este desenvolvimento, principalmente com o uso de tecnologias.
Em breve publicaremos uma série de artigos com o foco em tecnologias aliadas ao compliance.